Turok é uma personagem que nasceu através de historias de BD, durante as décadas de 50, e que foi resgatado no início
dos anos 90 pela Valiant Comics.
A editora acabou sendo comprada pela distribuidora de jogos Acclaim em 1994, que utilizou alguns das suas personagens
mais famosas nos seus jogos, como Shadowman e X-O Manowar, mas quem fez mais sucesso, de longe, foi o caçador de dinossauros nas
suas aventuras na Nintendo 64 iniciadas em "Turok - Dinosaur Hunter", de 1997.
Com a decadência da Acclaim, os jogos de Turok foram perdendo a qualidade progressivamente até o derradeiro "Turok Evolution",
em 2002.
Com ele e a falência da empresa, em 2004,muitos pensaram que o guerreiro voltaria para o esquecimento até que a
Touchstone, subsidiária da Disney, anunciou o lançamento de uma nova aventura com o herói para as consolas actuais, simplesmente
chamada de "Turok", desenvolvida pela novata Propaganda Games, formada pelos criadores da série "NBA Street" e de "Def Jam
Vendetta", actual detentora dos direitos sobre o personagem.
Um novo herói
Como a cronologia de Turok nunca foi das melhores, nem mesmo nos jogos, os criadores resolveram recriar tudo do zero, inclusive
o próprio personagem, como uma reinvenção do clássico original.
O herói é agora Joseph Turok, soldado veterano de origem indígena, ex-membro de uma equipa de operações
especiais secretas chamada Wolfpack.
A missão de Turok , agora na Companhia Whiskey, é a de justamente caçar o seu antigo líder e mentor da Wolfpack,
Roland Kane, que se tornou um mercenário e que lidera um grupo financiado por uma misteriosa corporação. Mas, antes que
possa agir, a nave é atacada por Kane e cai num planeta desconhecido com uma paisagem selvagem, dominada por
dinossauros - deixando Turok com a obrigação de reunir o seu grupo e acertar as contas com seu antigo professor.
Acção à antiga
![](http://j.i.uol.com.br/galerias/xbox360/turoknext25.jpg)
A história do jogo começa bem, com a apresentação das personagens, mas com o passar dos cenários o enredo torna---se secundário,
perdendo força em relação à acção graças ao ritmo intenso do jogo e a versatilidade do herói em aniquilar
os seus inimigos.
Como um jogo da década passada, "Turok" apresenta mapas lineares geralmente sem maiores objetivos além de matar todos os
oponentes que aparecerem, de preferência da maneira mais interessante possível. A princípio, o que soa como um problema curiosamente
se transforma num dos pontos fortes do jogo.
Turok tem estilo: além de poder matar os inimigos de um forma brutal com uma faca, ele ainda conta com um arco
e flecha bem ao estilo "Rambo" (capaz até de prender pobres coitados próximos a árvores ou paredes) e as obrigatórias granadas
além de poder utilizar duas armas ao mesmo tempo. E não pense que as armas simultâneas se resumem a duas pistolas ao estilo
John Woo - há algumas combinações bem absurdas e divertidas como o uso simultâneo de duas metralhadoras com direito
a modos de tiros secundários, igualmente devastadores.
Como o próprio jogo lembra, dinossauros comem carne e Turok é feito dela, mas eles nem sempre são os vilões. Pois também atacão
os soldados de Kane e isso acaba por se tornar outra divertida e util opção: utilizar os monstros a seu
favor , por exemplo, marcando os soldados inimigos com sinalizadores que chamam a atenção dos animais.
Multiplayer eficaz
![](http://j.i.uol.com.br/galerias/xbox360/turoknext17.jpg)
As variações de ataque são com certeza o grande ponto forte do jogo, mas que, infelizmente, sozinhas não são
capazes de prender a atenção até ao final do modo de história. Como a trama, aos poucos, vai ficando em segundo plano e os
inimigos, com algumas excepções, repetem os mesmos estilos de ataque, não demora muito a tudo se tornar monótono.
Há também um grave problema de design em alguns pontos específicos nos quais o jogo espera que tu realizes determinadas
acções - o jogador tem que escapar do ataque de alguns inimigos ou matá-lo de uma forma pré-estabelecida, sem concessões
e sem nenhum aviso por parte da narrativa ou da interface. É com certeza algo que deveria ter sido melhor trabalhado para
asegurar o interesse, já que o início do jogo é promissor, mas vai deixando muito a desejar com o passar de
níveis, mostrando poucas novidades ou revelações.
Diante disso o modo multiplayer cai bem, garantindo maior longevidade ao jogo, principalmente por apresentar algumas
características interessantes, entre elas factores imprevisíveis nos mapas, como dinossauros ou elementos da natureza , além
de um modo cooperativo para até quatro jogadores, com missões exclusivas - pena que são apenas três. Modos clássicos como
Capture the Flag e o bom e velho Deathmatch também estão presentes, entre outros modos.
Produção hollywoodiana
![](http://j.i.uol.com.br/galerias/xbox360/turoknext03.jpg)
Ainda que os gráficos e a banda sonora "Turok" não chamem à atencção no principio, ajudam bastante a criar uma sensação
de imersão no mundo desconhecido por onde o herói se aventura.
Os mapas, apesar de contarem com um caminho linear, são ricos em detalhes e descrevem muito bem os cenários
selvagens com ambientes industriais, dando a opção de abordagens diferentes, dependendo da vontade do jogador - nalgumas
fases oferecem a possibilidade de ataques furtivos ou de um avanço frontal directo, sem forçar a barra para nenhum dos
lados.
Os modelos das personagens e as texturas também seguem o mesmo padrão; não saltam aos olhos, mas cumprem o seu papel
com eficácia ajudando a compor a narrativa e o visual do jogo - ainda que, por algumas vezes, haja uma certa demora
nos loadings, causando uma indesejável distração durante os combates.
Relativamente ao audio safa-se melhor que os gráficos, dando vida à fauna do planeta mas também empolgando nos combates -
ouvir a corda do arco de Turok contrair-se antes de um ataque já te faz sentir pena do inimigo. Isto sem contar na dublagem
de primeira, que conta com vários nomes de Hollywood, como Timothy Olyphant (o "Hitman" em pessoa, na adaptação do jogo
para o filme), Donnie Wahlberg (o policia Eric Matthews da série "Jogos Mortais"), William Fichtner (o Alexander Mahone, da
seria do "Prison Break") e Ron Pearlman ( "Hellboy"), infelizmente mal-utilizados pela equipa.
Conclusão
"Turok" reinicia a franquia do zero, prometendo uma história envolvente e pontuada por grandes momentos de acção,
além de um modo multiplayer repleto de novidades. O jogo consegue cumprir a sua tarefa parcialmente: a acção está lá, mas
não é suficiente para prender a atenção por si só, além de alguns problemas chatos. O multiplayer funciona bem e conta com
idéias divertidas, mas a pouca varieadade de mapas faz com que se torne chato, problema que felizmente pode ser solucionado
via download.
Nota Final
Gráficos---7.1
Som---7.4
Duração---6.7
Diversão---6.2
História---5.6
Nota-6.3
Diogo
Silva