![](http://img378.imageshack.us/img378/2568/simseyb9.gif) 1
Que The Sims há muito que se tornou na cash cow da Electronic Arts, não é novidade para ninguém.
Agora, que depois de anos de uma exploração constante da ideia de Will Wright ainda conseguem surgir jogos da série que têm
alguma réstia de originalidade é obra. Mas é exactamente isso que acontece com The Sims 2: Castaway (Os Sims 2: Náufragos,
na versão portuguesa), que ao apresentar um título onde as velhas mecânicas da série estão presentes, mas embrulhando-as num
tema radicalmente diferente do que até aqui foi experimentado, consegue criar uma experiência de jogo que, pelo menos até
certo ponto, prima pela diferença.
Em Náufragos, os Sims largam o conforto do lar, os centros comerciais, os amigos
e as discotecas e partem à aventura. O cruzeiro não corre muito bem e acabam encalhados numa ilha deserta, com uma faca no
bolso e a roupa que trazem na pele. O seu objectivo final é reparar o barco encalhado e regressar a casa, mas até lá chegarem
terão de explorar a ilha, recolher materiais, comida e tornar a sua estadia forçada no mais agradável possível.
E
isto implica construir um abrigo que depois pode ser expandido, mobília, ferramentas e o que mais precisarem para sobreviver.
No fundo, o sistema de compras dos títulos mais convencionais foi substituído por uma economia neolítica de recolha de matérias-primas,
que depois podem ser usados na criação de tudo e mais algumas coisa, desde jangadas a peças de vestuário feitas com folhas
de bananeira e lianas.
Já que o dinheiro não é uma opção, os Sims terão de procurar todos os materiais necessários.
Sisal para fazer cordas, madeira para acender fogueiras, bagas, fruta e peixe para cozinhar. Grande parte do vosso tempo será
passado à procura de tudo isto e mais. Se no início o processo de recolha é moroso, mais para a frente os Sims desenvolvem
novos e mais eficazes métodos de apanharem o que precisam. Construir um machado, por exemplo, deixa-nos apanhar madeira directamente
das árvores, ao invés de estarmos limitados à que se encontra no chão.
Durante todo este processo terão de estar atentos
às necessidades dos Sims, como é óbvio. A fome e o cansaço são as mais importantes, sendo preciso comer a tempo e horas e
dormir o que o corpo exige. No entanto, não podem descurar as restantes necessidades, como a de interacção ou de diversão.
Aqui vale tudo, desde construir bonecos com os quais podemos "falar", a usar bananas como telefones. A partir de certa altura,
poderão travar amizade com alguns chimpanzés, que mais tarde podem mesmo ajudar-vos a recolher materiais, tornando a vossa
vida mais simples. Como podem ver, tirando o cenário diferente, quem já conhece a série estará em casa, pelo que o tempo de
habituação é quase inexistente.
Visto o conceito e a jogabilidade, há um ponto em que Castaway falha redondamente.
Como tem sido hábito na série, o capítulo técnico é o que se destaca pela negativa. Se bem que os Sims continuem expressivos
como sempre, as texturas mal amanhadas e a geometria algo caótica do jogo não abonam muito a seu favor, tornando difícil identificar
esta ou aquela planta ou mesmo impedindo a passagem em muitas instâncias. Contornados estes problemas, há ainda que lidar
com os constantes loadings desta versão, que aparecem sempre que acedemos a um menu ou escolhemos uma acção, prejudicando
imenso a fluidez de toda a experiência.
Resta apenas referir a localização para português, que nos deixa experimentar
Castaway na nossa língua materna. O esforço neste campo poderia ter sido maior, já que somos brindados com algumas frases
que não fazem muito sentido. Todavia, no geral a tradução está bem conseguida.
The Sims 2: Castaway acaba por ser
um velho amigo com roupas novas, oferecendo uma experiência de jogo simultaneamente clássica e inovadora em boa medida. Se
são fãs da série é uma opção a ter em conta para este Natal.
Gráficos- 6.5 Som- 6.2 Duração- 7.3 Diversão- 7.5 História- 7.3
Nota-7.0
Por: Diogo Silva
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